quarta-feira, 28 de março de 2012

Nota Oficial Gaviões da Fiel - acontecimentos de domingo!

Nota oficial

A Diretoria dos Gaviões da Fiel vem a público manifestar-se sobre os acontecimentos de domingo.
Indiscutivelmente, lamentáveis os fatos ocorridos. As diversas imagens veiculadas – Briga na Avenida Inajar de Souza; Polícia reprimindo torcedores do lado externo do Pacaembu; e briga entre torcedores na arquibancada verde – foram fatos distintos, mas que a intolerância imperou em todos eles.

O rico histórico da entidade dos Gaviões da Fiel na sociedade paulistana e brasileira, desde nossa fundação, de nossas contribuições na luta contra a ditadura, a favor das Diretas Já ou até nos trabalhos sociais e culturais, em que mostramos os bons valores dos Gaviões. Porém, é importante ressaltar que nenhuma benfeitoria justificará tais atos de violência.

Neste domingo, a diretoria dos Gaviões, como sempre, organizou seus mais de quarenta coletivos, tanto da capital como do interior com uma única orientação: ir para a sede da torcida, concentrar-se, participando das festividades e seguir para o jogo com a escolta da Polícia Militar, assim como o combinado no Plano de Ação Preventivo.

Nós, não somos responsáveis pelos atos de domingo. Se corinthianos acreditam que a forma de viver a vida e o futebol são aquelas, nós ressaltamos que estes, estão fazendo um mau uso do livre arbítrio e prejudicando a entidade. A maneira de viver e de ser Gaviões é outra. O verdadeiro Gavião vai ao estádio para torcer e jogar com o Corinthians nas arquibancadas. Essa é nossa essência e o nosso objetivo, ir aos estádios. Temos muitos sócios, a torcida corinthiana é grande e, infelizmente, uma minoria realiza este tipo de ação. Abriu-se inquérito policial sobre o ocorrido e, caso seja comprovado à participação de algum membro dos Gaviões, será imediatamente expulso de nosso quadro associativo.

Além de expulsarmos, continuaremos contribuindo com o Plano de Ação em vigência, temos propostas para contribuir nas melhorias, mas infelizmente, o direito de nossa participação, como garantido no Estatuto do Torcedor, é limitado. Acontecem fatos lamentáveis entre torcedores e caímos na discriminação novamente, regredindo em todos os trabalhos.

Muito é dito sobre a melhoria quanto à redução de atos violentos nas imediações dos estádios. Fruto de um conjunto de ações que também contribuímos. Muito é dito também que os problemas são os trajetos, nos meios de transportes, distante do estádio e afirmamos que a deficiência é neste ponto. Eis a parte do Plano de Ação que deve ser aperfeiçoado e com muita participação e comprometimento das torcidas organizadas.
O conhecimento da organização de cada torcida é fundamental para a prevenção dar certo. Nós, dos Gaviões, atuamos em cada coletivo com muitas orientações, buscando o bem estar, mas, nem todos optam ir ao estádio de forma organizada e não podemos nos responsabilizar por eles.

Enxergamos que a violência na sociedade, no Brasil e no mundo está extrapolada. A formação de nossa sociedade brasileira é deformada. Nosso ensino público deficiente, saúde precária, falta de emprego, falta de oportunidade para a maioria, o individualismo, dentre muitas questões que analisamos. Como podem cobrar uma postura perfeita de torcedores e nos responsabilizar por todos?

Temos propostas para melhorias também, mas não somos ouvidos. Nossa entidade sempre foi contra impunidade e a favor das melhorias para o torcedor. Prova disto é que fomos a primeira e única Torcida Organizada a apoiar a formulação e aprovação do Estatuto do Torcedor. Faltava à legislação para acabar com a impunidade que imperava, hoje desejamos que seja aplicada corretamente. As Torcidas Organizadas estão sendo suspensas sem que os casos referidos sejam totalmente apurados, comprovando a culpa da direção das entidades.

Nestes casos lastimáveis, enxergamos certo oportunismo e afirmações caluniosas de quem “apura”. Já denunciamos a Avenida Inajar de Souza como ponto de risco às autoridades. A avenida, usada como acesso de todos os torcedores como caminho único, torna-se um local com alto potencial de risco. Ressaltamos isso muitas vezes. Quando joga dois times grandes da capital, o local torna-se ponto de risco.
Alguns locais de acesso dos torcedores recebem contingentes relevantes, circulam cerca de 200, até 500 torcedores, e poucas viaturas atuam nestes locais em caso de encontro de torcedores, nem sempre conseguem conter o possível conflito. É necessário aperfeiçoar esse plano de organização e estamos dispostos a ajudar.

Em consequência deste fato lamentável, a direção dos Gaviões responderá o inquérito policial aberto. Nesta terça-feira, a Polícia Civil, o DHPP, através do Decradi, cumpriu mandato de busca em nossa sede. Levaram nosso movimento administrativo e nossos computadores para avaliações, pois acreditam que essas brigas são agendadas por internet.

Nos veículos de comunicação, tendenciosamente ou não, informaram que o dinheiro recolhido na busca é de atividade não confirmada. Esclarecemos às autoridades, logo na apreensão, que esta referida quantia trata-se de pagamento que devemos fazer ao Corinthians Paulista dos ingressos do jogo do último domingo. Prática de cada jogo, no qual o Corinthians já comprovou às autoridades, inclusive com documentos.

Nossa direção é comprometida com os bons valores dos Gaviões e do ser humano e, infelizmente, uma minoria nos prejudica. Com torcida ou não, maus torcedores existirão. Os mecanismos existentes precisam funcionar de forma ordenada e não ferir a maioria dos associados das Torcidas que vão aos estádios torcer pelo seu time.

Diretoria Gaviões da Fiel

2 comentários:

  1. Os Gaviões são a mais antiga, a maior e a mais importante das modernas torcidas organizadas.

    São os mais odiados, os mais invejados e, principalmente, o modelo e a referência de todas as outras torcidas, porque estabeleceram um novo padrão de comportamento, que foi imitado - no que tem de bom e no que tem de mau - por todas.

    Em mais de 40 anos de existência, os Gaviões se destacaram nos vários e sensacionais feitos da torcida corinthiana (como a Invasão Corinthiana do Maracanã, os recordes de público nos estádios, os espetáculos de paixão e plasticidade em incontáveis partidas do Corinthians).

    Os Gaviões protagonizaram episódios de militância política no Corinthians (campanha contra a ditadura Wadih Helou; pelo afastamento de Miguel Martinez; pelo impeachment de Alberto Dualib) e na sociedade em geral (contra a ditadura militar; pelas Diretas Já).

    O carnaval paulistano, há anos discriminando os Gaviões, deve seu crescimento econômico e artístico, sua ida para as telas da Globo, e sua difusão para todo o Brasil, à escola de samba nascida da torcida corinthiana. O título dos Gaviões no desfile do Grupo Especial de 1995, e o sucesso nacional do samba-enredo "Coisa Boa É Para Sempre" ("Me dê a mão, me abraça, viaja comigo pro céu, sou Gavião, levanto a taça, com muito orgulho pra delírio da Fiel") estabeleceram um novo patamar de excelência e respeito para o carnaval de São Paulo.

    Episódios isolados de violência e vandalismo, ou mesmo desacertos diretivos da maior torcida organizada do Brasil, não encobrem, não invalidam e não superam toda a história e toda a importância presente dos Gaviões para o Corinthians e para o cenário do futebol brasileiro.

    Por mais que jornalistas ou psedojornalistas, desinformados e mal-intencionados, tentem fazer a sociedade acreditar de modo contrário.

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  2. Assino embaixo Flávio.

    Acho triste ver corinthiano falando de nossas torcidas como se fossem anti-corinthianos.

    Se o cara é contra organizada, tudo bem, é um direito, mas aí seja contra todas, de todos os clubes do país.

    Engrossar o coro dos oportunistas e antis contra nós, é dar o direito para esses de nos discriminar, primeiro através das organizadas, e depois a torcida como um todo, como aliás já o fazem.

    Só a torcida do Corinthians recebe tratamento "diferenciado" da Polícia Militar em seus jogos, que não pensam um segundo em usar suas "ferramentas".

    A violência que ocorreu, nessa e em várias outras oportunidades, e infelizmente, pela incompetencia das autoridades e pelo nível de demência que nossa sociedade está alcançando, foi de fato lamentável e condenável.

    Mas também ela é fruto da incompetencia como falei, da impunidade que impera em nosso país, e mais especificamente, do desrespeito para com o corinthiano, já que ocorreram casos recentes de violencia que resultaram em vítimas da nossa torcida e tanto ministério público, polícia militar, federação paulista de futebol ou qualquer outra autoridade não fizeram porra nenhuma.

    No jogo contra o Vasco em 2009, na semi-final da copa do Brasil, a polícia militar jogou um ônibus da nossa torcida no meio de um comboio de mais de 40 ônibus da torcida do vasco, reforçada pela mancha, resultando na esperada carnificina. O que foi feito? nada. A polícia não prendeu ninguém e ainda os escoltou até o estádio, onde exibiam roubas ensaguentadas das vitimas que haviam feito, inclusive resultando numa morte.

    Enquanto não agirem com correção e justiça, com competência e sem discriminação, a violência infelizmente continuará.

    Lamentável, mas que o corinthiano não pague sozinho por tudo e os outros se façam de anjinhos.

    Valeu!

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