Avaí 3 x 2 Corirnthians. Acabou o encanto??

Nação,

Outra derrota inesperada. Outro duro golpe na confiança de uma equipe que até uma semana atrás jogava por música. Acabou o encanto?

Talvez não. Mas está faltando o combustível que colocou o time como o mais temido do campeonato: a vontade.

Não que os jogadores estejam entrando sem vontade. Só que não com aquela necessária. O tal sangue nos olhos, aquele jogar no limite, deixando o adversário atordoado de tanto correr atrás. Sempre digo que se igualar na vontade não tem prá ninguém contra o Timão. Mas precisa igualar, e isso não aconteceu ontem.

Lógico que não é só isso. A qualidade do futebol também diminuiu, reflexo dos desfalques nos últimos jogos, destaque para o Liedson, finalizador nato, matador implacável, diferente do seu substituto Emerson, que apesar de ter desencatando, perdeu tantas chances de gol que nos fez voltar aos tempos de calafrio com o Souza em campo.

Também a saída do Júlio César, quem diria, abalou a equipe. Primeiro porque ele, apesar das falhas, estava muito bem, fazendo defesas incríveis durante as partidas. E, além disso, pela sua vontade, sua persistência, seu corinthianismo, se tornou num símbolo da equipe. Já o Renan, está sentindo demais o peso do Manto, e talvez, a falta de apoio do treinador, que não dá sinais de que tem por ele o mesmo carinho e atenção que tem pelo titular. Vai precisar rever isso, dar força para o garoto.

E por trás de tudo isso está o nosso treinador. Não vou massacrar o Tite, afinal, acumulou um certo crédito. Mas um cordeiro nunca será um lobo, e assim é o nosso técnico. O time voando baixo, jogando futebol total, atemorizando os adversários e encantando o Brasil, e ele com discurso derrotista, dizendo que nossa campanha era irreal, e o normal seria estar em sexto lugar e brigar pelo título no final.

Esse discurso é prá quem está atrás. Quem lidera tem mais é que fazer de tudo para manter essa condição, e não é com postura e discurso medroso que vai conseguir. 

Ainda tem a tal da coerência dele, que faz com que um jogador da qualidade do Alex seja condenado ao eterno banco. Vão dizer que ele tem entrado e não tem justificado o alto investimento. Pode até ser, mas é justamente por isso. Quando você contrata um jogador de alto nível, ele precisa jogar. Sem sequência, e sem moral, o diferencial que o fez ser contratado simplesmente desaparece. Tite forma seu grupinho e fica preso a ele, e isso é terrível, porque acaba com os outros jogadores. Vai precisar rever mais esse conceito.

Fomos enfrentar a pior equipe do campeonato com excesso de zelo e respeito. Perdemos, e agora nos colocamos numa situação difícil, pois qualquer tropeço daqui prá frente será fatal para as nossas pretensões no campeonato, ainda mais porque os principais rivais já colaram, e estão com a confiança em alta.

Na quarta-feira teremos outra galinha morta pela frente. Vamos devorá-la ou transformá-la numa águia?

E prá finalizar, as torcidas paulistas são proibidas de fazer festa em São Paulo, e quando saem, estão com tanta vontade que até exageram. Os fogos e sinalizadores usados pela Fiel deram um espetáculo bonito, mas passou da conta, causando muita fumaça dentro de campo, e, ironicamente, atrapalhou a nossa defesa no primeiro gol adversário. 

Como diz o ditado, desgraça pouca é bobagem. Mas vamos esperar que tenha ficado tudo lá na ressacada.

Sem valeu!

FICHA TÉCNICA
AVAÍ 3 X 2 CORINTHIANS

Local: Estádio da Ressacada, em Florianópolis (SC) 
Data: 31 de julho de 2011, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF)
Assistentes: Rodrigo Pereira Joia (Fifa-RJ) e João Sousa Paulo Neto (DF)
Cartões amarelos: Dirceu e Rafael Coelho (Avaí); Ralf e Jorge Henrique (Corinthians)

Gols:
AVAÍ: William, aos quatro, e Rafael Coelho, aos 13 e aos 37 minutos do segundo tempo
CORINTHIANS: Emerson, aos 30 minutos do primeiro tempo, e Jorge Henrique, aos 46 minutos do segundo tempo

AVAÍ: Felipe; Daniel, Welton Felipe, Dirceu e Bruno; Marcos Paulo (Batista), Fabiano (Diogo Orlando), Pedro Ken e Leandro Lima (Cleverson); Rafael Coelho e William
Técnico Alexandre Gallo

CORINTHIANS: Renan; Welder (Morais), Paulo André, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho (Edenílson) e Danilo (Alex); Willian, Jorge Henrique e Emerson
Técnico: Tite