quinta-feira, 18 de março de 2010

El Poderoso y Afamado não perdoa. Cerro Porteño 0 x Corinthians 1.

Nação,

O temor e respeito dos paraguaios antes da partida, tentando criar um clima de guerra para poderem ter alguma chance, se justifica, e o Todo Poderoso y Afamado Timão vence o Cerro, no lendário Defensores del Chaco, por 1 a 0, gol dele, o eterno fenômeno Ronaldo.

Vimos um Corinthians determinado em campo, ocupando todos os espaços e não permitindo ao adversário imprimir aquele abafa, característico das equipes que jogam em casa.

Com uma formação cuidadosa, mas não medrosa, e principalmente, sem o "zica men" Marcelo Mattos em campo, o time esteve muito bem na defesa, e quando tinha oportunidade conseguia sair com objetividade para o ataque, tocando bem a bola e acionando constantemente os laterais.

Fica aí o primeiro registro: nossos laterais jogaram muito ontem, tanto Roberto Carlos, um monstro, e o Moacir, finalmente justificando o porque de tanto esforço na sua contratação. Com o passar dos jogos, ganhando mais confiança e se acostumando ao peso do Manto, esse rapaz pode se firmar como titular, deixando o nosso guerreiro mas ultimamente inconstante Alessandro no banco.

Roberto Carlos continua numa crescente. Aliás, sempre jogou bem, com disposição e categoria. Seu período de readaptação está na fase final, e em breve o técnico cabeção da Seleção terá que devolver a camisa 6 ao seu legítimo dono.

Outro registro, determinante, é que apesar de manter a cautela, e no jogo de ontem isso era preciso, o técnico Mano mostra que ouve a torcida, que respeita a Fiel, e vai montando a equipe mais de acordo com sua vocação. Como já falei antes, resistir a tentação de colocar Marcelo Mattos é um esforço quase supremo para ele.

Com as mais frequentes subidas dos laterais, e com três volantes que sabem jogar, o Timão controlou o meio campo, chegando com objetividade no ataque, porém pecando no último toque. Danilo deu mais qualidade, mas ainda está caindo muito na esqueda e atuando pouco como maestro.

Dentinho não foi brilhante mas jogou bem, se movimentando e tentando servir Ronaldo, que é sempre nossa esperança, mas chega a dar tristeza ver o quanto está lento e sem mobilidade.

Mas é Ronaldo. Num escanteio, Danilo dá um belo toque de calcanhar e lá está ele, oportunista e letal como sempre, marcando o gol da vitória e da liderança do grupo.

Depois disso não teve mais jogo. Ou melhor, teve, o jogo que nos interessava. Com o adversário totalmente sob controle, a nossa defesa segura e atenta, ainda nos demos ao luxo de criar e perder algumas chances, mas que não trouxe maiores consequencias.

De toda forma, o time precisa aprender a matar a partida, porque no último lance os caras levantaram a bola na área e quase empatam, num lance onde o capitão William se jogou em cima do paraguaio, podendo até o bandido do apito marcar um penalty, como de costume no Brasil.

Souza entrou faltando dez minutos, e nada acrescentou prá variar. Recebeu uma bola dentro na área, daquelas que é só arrumar o corpo e bater cruzado, mas preferiu virar de costas, enrolar e tocar para trás.

Para mim esse lance serviu para tirar uma conclusão definitiva sobre o seu futebol: ele não é tão ruim como pintamos, e o grande problema é que não tem o sangue nos olhos, o apetitide de todo atacante pelo gol, e o gol por sua vez também não gosta nem um pouquinho dele.

Um último registro, que não poderia deixar passar, é ser redundante e falar sobre a Fiel. Que é isso, que torcida é essa??!!. Tinha pelo menos uns dois mil loucos empurrando a equipe como de costume. Só prá comparar, a torcida dos urubus que é vendida pela rede globo como a maior, levou uma meia dúzia e uma faixa lá no Chile, onde foram devidamente entubados pelo Universidade. Não adianta, com a Fiel ninguém pode, e o Mundo inteiro sabe disso.

Enfim, uma bela apresentação, uma evolução técnica e tática muito clara e um amadurecimento dos jogadores individualmente e como equipe.

Estamos no caminho certo.

Valeu!

CERRO PORTEÑO-PAR 0 x 1 CORINTHIANS

Cerro Porteño
Diego Barreto, Julio Irrazábal, Diego Herner (Ramón Cardozo), Miguel Torrén e Iván Piris; Jorge Nuñez, Luis Cáceres (Carlos Recalde), Jorge Britez e Julio dos Santos; César Ramírez (Sebastián Ereros) e Pablo Zeballos
Técnico: Pedro Troglio

Corinthians
 Felipe, Moacir, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias e Danilo (Tcheco); Dentinho (Jorge Henrique) e Ronaldo (Souza)
Técnico: Mano Menezes

Gol: Ronaldo, aos 40 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Jorge Nuñez, Miguel Torrén e César Ramírez (Cerro Porteño); Jucilei, Moacir e Dentinho (Corinthians) Cartão vermelho: Jorge Britez (Cerro Porteño)
Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção (Paraguai) Data: 17/03/2010 Árbitro: Pablo Antonio Pozo (Chile) Auxiliares: Patricio Antonio Basualto (Chile) e Julio André Díaz Pardo (Chile). Público: 17.321 torcedores. Renda: R$ 276.321,00.

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