sábado, 3 de julho de 2010

Dunga, a vingança dos nerds é só um filme. Perdeu!!

Nação,

Seleção não é mais a mesma coisa. Não empolga, e mesmo na derrota, não deixa aquela tristeza como aconteceu por exemplo em 82.

Vários fatores contribue para isso ao longo dos anos. Os rumos do futebol, dentro de campo cada vez mais robotizado, preso a esquema tático de técnicos medrosos, e fora de campo, um business descontrolado, com jogadores que viraram mercadorias e não criam vinculos mais nos clubes brasileiros, muito por conta da "fantástica" lei Pelé.

Mas mesmo não estando tão ligados, lógico que a gente torce para a nossa Seleção, e uma desclassificação sempre é muito chato.

Só que essa tava mais do que na cara. E de certa forma, foi até bom. Porque mesmo vencendo, ganhando alguns títulos, o time do Dunga nunca teve jeito de Seleção, ainda mais a brasileira.

Um futebol pragmático, com jogadores sem talento, baseado apenas em disposição e vontade. Como se isso fosse suficiente. Essas características são condições obrigatórias para qualquer um que jogue futebol profissional, mas sem talento, não vale de nada.

Dunga apostou em operários, declarou guerra contra as estrelas, ou qualquer jogador com mais habilidade, achando que uma Seleção a sua imagem seria a ideal.

Claro que não era. Todos viam isso. Ao longo desses quatro anos Dunga não deu espaço para jogadores que não tivesse o perfil que ele julgava de "guerreiro". Um perna de pau que corre para ele se transformou em guerreiro e isso bastava. Criou uma armadilha para si mesmo. Quanto precisou do mínimo de talento, não tinha. O montão de "guerreiros" que ele levou não sabiam disparar um estilingue.

Tudo tem limite. Apostar em estrelas descomprometidas pode não dar resultado. Mas jogar todas as fichas em um monte de cabeção, a chance de fracasso é maior ainda.

A parte boa do Dunga estava no seu enfrentamento da imprensa. Essa corja merecia mesmo uma enquadrada. Mas aí ele gostou tanto da idéia de esculachar os caras que se tornou também prisioneiro dessa vaidade. E novamente perdeu a mão. Mirou sua artilharia para o lado errado. E sejamos justo, pode-se detonar a globo por suas novelinhas, seu jornalismo alienado, mas no futebol, eles são uma ilha que se salva no meio de um monte de lixo.

Pois é Dunga, a vingança dos nerds é só um filme. Agora você já era na mão da imprensa. Perdeu playboy!

Uruguai com a mão

E para registro, faz parte das regras do jogo, mas novamente é uma vergonha que uma seleção vá para a semi-final de uma copa do mundo graças a uma jogada ilegal. Me refiro a defesa com as mãos do jogador uruguaio no último segundo da prorrogação. Tudo bem, foi penalty, e Gana não aproveitou a chance. Mas é totalmente anti-desportivo evitar um gol dessa maneira. Defendo que entre as dezenas de mudanças que o futebol necessita, deveria num caso desse, em que a bola claramente iria entrar, que fosse validado o gol, como acontece no basquete por exemplo. Seria mais justo, e menos feio.

Hermanos

Daqui a pouco a Argentina decide contra a Alemanha uma vaga na semi-final. Agora é aquela coisa: torcida para o El Pibe da Fiel Carlitos Tevez arrebentar, mas ao mesmo tempo que não sirva de nada, e que os Hermanos venham embora no nosso vácuo.

Valeu!

2 comentários:

  1. Samuel você escreveu e usou exatamente as mesmas palavras e o mesmo exemplo que eu falei com alguns amigos ontem sobre o resultado do Uruguai.
    Faltando 5 segundos para acabar o jogo, o gol de Gana era fato consumado e a equipe estaria classificada para a semi-final, porém de maneira desonesta o jogador do Uruguai tirou a bola praticamente de dentro do gol. Vantagem total para o infrator mesmo que ele tenha sido expulso. Tirou um gol claro do adversário (e não apenas uma chance) e foi para o penalti que é absolutamente lotérico. O prejuízo é incalculável. E o pior de tudo é que vejo muitos brasileiros exaltando o lance do Suarez. Infelizmente nós brasileiros confundimos o uso de uma certa malandragem com desonestidade pura e simples, na verdade confundimos o conceito do jogo de cintura (saber se virar bem nas mais variadas situações) com malícia, malandragem, trapaça para ser mais claro, bem no estilo Dick Vigarista. Aqui neste país se pensa da seguinte maneira: se eu posso levar vantagem, que se dane o resto. Lembra do gol do Luis Fabiano contra Costa do Marfim? O fato dele ter arrumado a bola com o braço duas vezes não foi suificiente para que o caso fosse comentado com indignação como foram outros erros de arbitragem nesta Copa, afinal se é a nosso favor está tudo bem e muda de assunto. E levamos esse hábito para todos os setores de nossa sociedade. É uma pena.
    As vezes penso que é por situações como essa do jogo de ontem que o futebol não pega de maneira nenhuma nos EUA.

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  2. Pois é João. Foi um lance vergonhoso. Mas infelizmente faz parte do futebol, e não se deve crucificar o jogador, que age por instinto defendendo o seu. O que tem que mudar são as regras, em lances capitais. Ele evitou um gol usando as mãos, de forma ilegal, e ninguém achou ruim. E se ele fizesse um gol com a mão, iriam ficar quietos? Vão dizer que a diferença é que foi penalty. Tá, mas como você falou, trocou uma certeza por uma dúvida, uma loteria. Não tá certo. No basquete, quando se arremessa e a bola vai ser cesta, se o defensor tirar, vale os pontos. É o que se chama bola na descendente. Esse lance deveria ser a mesma coisa. Mas, esperar que os gênios que comandam o futebol mudem alguma coisa é pedir demais. E quanto a reação, o brasileiro, ou a imprensa brasileira melhor dizendo, é assim mesmo. Fizeram escândalo com o gol impedido do Tevez, que foi um lance ultra rápido e que para o olho humano é muito dificil detectar. Já a mão dos Luiz Fabiano, duas vezes no mesmo lance, eles diminuem, como se não fosse nada. Essa é a nossa imprensa, que acaba influenciando o povo a pensar da mesma maneira.
    Valeu!

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