terça-feira, 23 de março de 2010

Crise de relacionamento no Corinthians? Não, crise de futebol!!

Após boatos, Roberto Carlos nega crise entre Ronaldo, Mano Menezes e Iarley

Carlos Augusto Ferrari
Globo.com


As atuações ainda instáveis e alguns tropeços na temporada foram suficientes para que começassem a surgir dúvidas sobre o relacionamento entre os jogadores e até a comissão técnica do Corinthians. Nesta segunda-feira, o lateral-esquerdo Roberto Carlos garantiu que o grupo está unido e que o suposto racha envolvendo o treinador Mano Menezes e os atacantes Ronaldo e Iarley não aconteceu.

O início do entrevero teria sido na semana passada. Ao ser substituído no segundo tempo da partida contra o Cerro Porteño, em Assunção, pela Taça Libertadores, o Fenômeno disse um palavrão, possivelmente insatisfeito com a troca. Nos vestiários, o treinador evitou entrar em atrito, mas, em entrevista no último sábado, se irritou com a pergunta e pediu para que a questão fosse passada ao atleta.

- Se fosse uma coisa verdadeira, eu estaria aqui falando. Eu não vi. O ambiente é bom. O Ronaldo fala normalmente com o Mano. Em relação à polêmica nos vestiários, não existe – afirmou.

Ronaldo também teria se envolvido em uma confusão com o Iarley. Segundo os boatos, o camisa 9 estaria insatisfeito pelo ex-atacante do Goiás treinar em demasia. O jogador, aliás, ficou fora de alguns jogos e só retornou na derrota por 1 a 0 para o Grêmio Prudente, no último domingo. Mano Menezes garante que a mudança foi apenas tática.

- Eu sempre converso com o Iarley. Ele está tranquilo e entende que a oportunidade dele vai chegar – completou o pentacampeão.


Comentários

Nação, evidentemente que o maior desejo da imprensa é criar crise no Parque São Jorge. Faz parte do manual de jornalismo dessa imprensa medíocre, sobretudo a paulista.

Não acredito em problemas de relacionamento entre os atletas, por questões pessoais, por ciúmes ou até por briga de posição.

Mas é evidente que existe um clima de insatisfação no clube, e isso decorre pura e simplesmente do futebol.

Ou seja, temos uma crise de futebol. O time não está jogando bem, e não está tendo a oportunidade de melhorar, porque o técnico não está armando corretamente a equipe, e principalmente, insiste num rodízio que é positivo apenas na sua cabeça.

Já disse antes, jogador gosta de jogar. E time pega entrosamento jogando junto. Esse negócio de rodízio não existe. Poupar um ou outro jogador em função de desgaste, cartões ou por opção tática, tudo bem. Mudar 7, 8 jogadores a cada jogo é teimosia, burrice e só contribue para criar esse tipo de clima dentro do clube.

Tá chato ver o Corinthians jogar. Excesso de medo e zelo na formação da equipe. Enfrentamos adversários fracos, mas não conseguimos vencer, ou vencemos de forma burocrática, porque o Mano tá travando a equipe.

Jorge Henrique era o melhor jogador brasileiro no início da temporada. A marcação sobre ele apertou, e a saída mestre do Mano foi mudar seu jeito de jogar, até conseguir seu objetivo de colocá-lo no banco.

Dentinho se superou, está jogando muito, e é titular natural. Mano o coloca claramente a contra gosto, e não me admira se ele daqui a pouco começar a cair de produção também.

Maldades a parte, dizem que até o Tcheco perdeu moral com o professor depois daquela partida que deu de letra para o golaço do Dentinho contra o Santo André.

O Mano está tomado por uma arrogância e impáfia que o estão cegando.

Utiliza como justificativa para o rodízio o medo de lesão de jogadores importantes. Tudo bem, tem fundamento, desde que seja com um ou outro jogador, realmente desgastado. Não para o time inteiro, como ele tem feito.

Porque se essa for de fato a jutificativa, fica evidente que a preparação física na pré-temporada, e os métodos diários, não são adequados. E que também ele assume que errou na montagem do elenco, trazendo vários jogadores sem condições de suportar a carga de jogos exigidos numa temporada.

Usar elenco é durante os jogos. Tem que ter um time titular, e ocorrer o revezamento durante as partidas. Ou seja, você precisa ter os 11 que começam jogando, e mais uns 3 ou 4 que são considerados também quase titulares. Simples assim.

Por exemplo, o meio campo do Corinthians é Ralf, Elias e Danilo. Numa formação com quatro, entra o Jucilei, ou até o Jorge Henrique, jogando de meia atacante. Esses são os titulares. Tcheco é reserva do Danilo. Simples assim.

Então não tem que ficar testando, colocando o "zica men" Marcelo Mattos ou o Edu. Isso tira a motivação e o ritmo dos titulares. Falar que Ralf e Elias, na flor da idade e da condição física precisam ser poupados, é brincar com a nossa inteligência.

Irrita ver o técnico insistir nessa tese, usando ainda como exemplo o futebol europeu, dizendo que lá é normal os jogadores irem constantemente para o banco. Mentira, balela, papo furado, desconhecimento bancado pela preguiçosa e má informada imprensa esportiva.

Lá como cá, jogador quer jogar, e titular é titular, e reserva é reserva. Vai pro banco quem tá mal, ou não é essencial. Quantas vezes o Messi foi pro banco no Barcelona? Ou o Ibrahimovic, o Iniesta?

O que fica nítido é que o Mano montou mal o elenco, trouxe vários jogadores para a mesma posição, e tem que dar satisfação para os atletas e para a diretoria, e por isso não define logo o time titular, que já está na cabeça de 10 entre 10 corinthianos, e até dos rivais.

Concluindo, o futebol chato, o medo de soltar a equipe, e a indefinição da equipe titular, está sim criando um clima de insatisfação no elenco.

Corrigir isso é fácil. Só não sei se o responsável atual por isso é o mais indicado. Espero que sim, mas não podemos ficar pagando para ver por muito tempo.

Se liga Mano.

Valeu!

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