quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Utilidade pública: votar em bambi faz mal para sua cidade!!


Nação,

Ao ver minha querida São Paulo debaixo de água ontem, tinha que escrever alguma coisa.

Mas como 90% do que eu teria para escrever seria impublicável, pelo número de "elogios" ao governo do bambi kassab e do porco serra, então prefiro reproduzir uma excelente matéria que saiu a pouco no site uol, que desmente todas as explicações furadas do prefeitinho, deixando cada vez mais claro o "tiro no pé" que a população paulista deu ao votar nesses lixos que estão acabando com a cidade.

09/12/2009 - 07h00
Contrariando Kassab, números mostram que SP já teve mais chuva com menos caos
Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Apesar da alegação do prefeito Gilberto Kassab (DEM) de que o caos desta terça-feira (8) foi causado pela chuva com "volume acima do normal", levantamento feito pelo UOL Notícias mostra que historicamente a cidade já enfrentou com muito mais tranquilidade índices pluviométricos similares ou maiores do que o registrado ontem.

Pelo dados do Instituto Somar de Meteorologia, baseados nas medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), das 9h de segunda-feira (7) até as 9h de ontem, São Paulo foi atingida por 100 mm de chuva.
SP ontem teve pico de 98 pontos de alagamento

Nesse contexto, o Centro de Gerenciamento de Emergência registrou um pico de 98 pontos de alagamento na cidade, sendo pelo menos nove na marginal Tietê.

Em 8 de fevereiro de 2007, por exemplo, os mesmos cálculos mostram que o município teve um índice de 103 mm de chuvas. Naquela ocasião, no entanto, o drama para os paulistanos foi bem menor.

Naquele dia, foram registrados apenas 54 pontos de alagamento - contra os 98 de hoje. Não se pode dizer que o tráfego na marginal Tietê foi normal para os motoristas na data. Especialmente entre a ponte da Freguesia do Ó até o estádio do Canindé, a situação foi crítica. Mas, pelo menos, não houve registro de alagamento na via.

Antes disso, em 10 de março de 2006, os temporais também castigaram a cidade. Pelos registros do Instituto Somar, foram medidos 95 mm de chuva na capital, apenas 5 pontos a menos do que ontem. Porém, para quem circulou por São Paulo, os entraves foram muito menos evidentes e, o transtorno, bem menos contundente.

Naquele dia, foram somente 16 pontos de alagamento. Houve inundações na av. Valdemar Roberto, no Rio Pequeno, e de uma casa no Jardim Pinheiros, no Butantã. Mesmo assim, nem de longe os estragos se comparam aos vistos na última terça-feira (8), quando seis pessoas morreram em desabamentos e deslizamentos.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, culpou o volume de chuva, acima do normal, nas cabeceiras do rio Tietê pelos problemas que a cidade enfrenta hoje. Ele negou ainda que a falta de planejamento tenha agravado o impacto das chuvas no trânsito

Cerca de um ano antes, em 25 de maio de 2005, os cruzamentos de dados também mostram que as alegações do prefeito Kassab não explicam o caos de ontem. Naquela ocasião, a chuva foi cerca de 20% mais forte do que a registrada na manhã de ontem: 125 mm, segundo o Instituto Somar.

Mesmo com o índice bem superior, a cidade sofreu tanto quanto na última terça-feira. Foram cerca de 103 pontos simultâneos de alagamento - número próximo dos 98 de ontem. Naquele dia, a marginal Tietê também encheu, mas principalmente em um ponto. Ontem, as autoridades registraram nove trechos com problemas.

Explicações

Para Mônica Stuermer, professora de mecânica do solo na Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutora em geotecnia ambiental pela Universidade de São Paulo (USP), são várias as hipóteses que podem ser levantadas sobre a contradição numérica.

"A situação tende a piorar quando há problemas na limpeza das ruas e dos córregos. E a falta de parâmetros para a construção civil, que impermeabiliza a cidade sem um controle rígido, sem uma preocupação, também pode ser um motivo para esse aumento nos transtornos gerados atualmente", argumenta.

Segundo ela, as obras de expansão da marginal Tietê também podem causar problemas maiores para o paulistano na região de várzea. "Ao lado de rios desse porte devem ser feitos parques, onde a água pode se infiltrar. Temos que respeitar a vocação ambiental de cada território. Ali, não se pode ocupar dessa maneira, sem estudos aprofundados. Igualmente não adianta replantar as árvores que estavam lá do 'outro lado do mundo'. Não é assim que a natureza funciona", afirma.

Ela também teoriza sobre o impacto que a falta de limpeza do rio Tietê poderia eventualmente ter sobre as cheias. "Em 1890, a vazão era de 175 metros cúbicos por segundo. Hoje, esse valor está em 1420. Se não houver um trabalho constante para tirar o assoreamento, o que não sei se está sendo feito, não há solução para evitar os transbordamentos."

A relação nem sempre cartesiana entre pontos de alagamento e índices pluviométricos também pode ser explicada pela localização das chuvas, pela análise da especialista. "Pode ter chovido em áreas de bacias mais impermeabilizadas e com maior número de córregos retificados e canalizados, o que faz a água chegar muito mais rápido na várzea do Tietê", diz.

Para ela, a única solução para enfrentar a questão é pensar de forma séria o planejamento urbano. "O Atlas Ambiental precisa servir de base para o crescimento da metrópole, cruzando os usos dos espaços com suas características naturais", afirma.

Problema em bomba
Uma bomba do sistema da usina elevatória de Traição não funcionou ontem e foi o maior problema no rio Pinheiros, que comprometeu 25% da capacidade de bombeamento e piorou ainda mais a capacidade de escoamento das águas do rio Tietê, na capital paulista, segundo a Secretaria Estadual de Saneamento e Energia (SSE), em comunicado divulgado ontem à tarde em conjunto com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae).

De acordo com a SSE, os radares registraram chuva de intensidade média de 84 milímetros na bacia do Alto Tietê, que corresponde a dois terços de toda a chuva prevista para o mês de dezembro. O órgão estadual atribui a esse volume excessivo de chuvas no Alto Tietê a origem dos pontos de inundação. Em média o rio Tietê subiu 7 metros e o rio Pinheiros, 4 metros.

O Daee afirmou no comunicado que executa periodicamente o desassoreamento e a limpeza dos rios Tietê, Cabuçu de Cima, Tamanduateí e dos piscinões do ABC e Pirajuçara e que só neste ano já foram retirados 380 mil metros cúbicos de sedimentos. A Emae disse que, por sua vez, retira 200 mil metros cúbicos de sedimentos e assoreamento, além de 2,8 mil toneladas de lixo por ano do rio Pinheiros. A nota da SSE conclui que é necessário lembrar a população de que é preciso colaborar, não jogando lixo nas ruas, córregos e rios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário