Circo STJD: tapetão permanente!!!

Nação,

Todos acompanharam os acontecimentos polêmicos ocorridos nos jogos no Brasil e no Mundo no último final de semana.

Por aqui, no campeonato paulista, o meia Diego Souza, do nosso rival Palmeiras, agrediu o zagueiro Domingos, do nosso adversário de amanhã, após ser provocado por este de forma premeditada, orientado pelo seu técnico Vagner Mancini.

Lá fora, vimos a agressão do zagueiro Pepe, do Real Madrid, contra um adversário no chão.

Bom, aqui, como era esperado, o caso do Diego Souza virou um grande circo, como já tinha acontecido uma semana antes com o nosso guerreiro Cristian.

Virou o maior bandido do país, e se tivesse cadeira elétrica com certeza seria condenado sem direito a defesa.

De imediato, o Tribunal de Justiça Desportiva, os tais TJD's estaduais, braço do STJD federal, apresentou denúncia contra o jogador, retirando em seguida argumentando que não teria tempo hábil para julgamento.

Ah, e o julgamento prévio feito com base nas imagens e reações da imprensa já informam que ele pode pegar uma pena de até 3 anos.

Do outro lado do mundo, na sexta-feira, 5 dias após o ocorrido, uma espécie de comitê se reuniu e decidiu punir o zagueiro Pepe por 10 jogos.

Rápido, simples e rasteiro. Sem circo, sem palhaçadinha da imprensa, sem terrorismo.

Quanta diferença.

A nossa justiça esportiva nos envergonha ainda mais, pois joga na nossa cara o quanto somos "terceiro mundo".

Prá que ter Tribunal de Justiça Desportiva? Isso só existe aqui. Um resquício do nosso passado ditatorial, onde os fortes precisam prevalecer e decidir sempre sobre os fracos.

Um bando de desocupados, mas travestidos do manto da intocabilidade. Verdadeiros deuses que decidem sobre o destino das pessoas, com requintes de crueldade.

Um simples cartão amarelo e leva o jogador para o banco dos réus. Ou melhor, não precisa nem de cartão, nem precisa do juiz relatar nada. Só precisa que em determinado momento, mesmo que por fração de segundos, o jogador cometa um ato que as câmeras de tv detectem e consigam reproduzir como algo violento, inadmíssel, reprovável.

Pronto. O circo já tem a pauta para o seu espetáculo.

Julgamento, processo, provas, indiciamento, advogados de defesa e de acusação, condenação, recurso...

Tudo isso por causa de uma partida de futebol.

Penas exemplares, 120, 300, 500 dias... E logo depois, num novo julgamento, absolvição depois de cumprir 2 ou 3 jogos.

Ou seja, todo esse ritual existe não para punir e se exercer a justiça. Existe apenas para dar show, criar fatos, e lógico, defender interesses excusos.

Tira-se o jogador daquela partida importante, fundamental, e depois de atingido o objetivo, tudo bem, pode inocentar.

O STJD ficou famoso anos atrás na figura do seu presidente, Luiz Sveiter. Suas atitudes eram sempre autoritárias e arbitrárias, com decisões que mudavam o rumo dos campeonatos, conhecido como "decisão no tapetão".

Mas aconteciam de forma pontual, normalmente no final do campeonato.

Depois da sua saída, e com a entrada do Rubens Aprobatto, o "tapetão" se tornou permanente, ocorrendo durante todo o campeonato, em todas as partidas.

Ou seja, no Brasil se aplica perfeitamente o ditado: "não existe situação ruim o bastante que não piore".

Incrível. Sempre as pessoas que entram são piores que as que saem, e que já eram péssimas.

Por isso nosso futebol vive essa fase ruim. Só não é pior porque em campo, apesar das limitações, os jogadores ainda praticam algo que sustentam nossa paixão.

Paixão que não diminui mesmo com os desmandos e trapalhadas praticadas pelos palhaços que deveriam promover melhorias ao futebol, mas só o estragam.

Espero que o caso Pepe seja uma lição. Decisões rápidas, sem demagogia e hipocrisia.

E prá concluir, já que é prá punir o Diego Souza, que o Domingos e o técnico Vagner Mancini também sejam, pelo mesmo tempo que ele.

Porque a reação do Diego foi uma explosão de raiva. Já a reação dos dois foi um crime premeditado.

Já que o circo precisa continuar de pé, que pelo menos faça um espetáculo decente.

Valeu!